Pular para o conteúdo principal

Escola 2.0



Mais uma vez a Espanha, que vem tomando cena aqui em inovação nos transportes, em empreendedorismo e, principalmente, em estrutura organizacional de governo, nos traz mais um modelo para a educação.

O Ministério de Educação, Política Social e Desportes espanhol anunciou, através de sua ministra Mercedes Cabrera, uma série de medidas para a criação da Escuela 2.0, que entra em vigor a partir de setembro, como adiantado pelo site Innova.

Segundo a ministra, em nota oficial a respeito da Escuela 2.0, " os profissionais e os estudantes serão seus protagonistas e seus destinatários, os criadores de conteúdos e os demandantes de informação ao mesmo tempo. É a nova geração da Internet, a escola 2.0 que devemos aproveitar para elevar a preparação de nossos jovens."

Entre as medidas anunciadas, três se destacam:
  1. O Ministério lançará em setembro um novo portal na internet, de intercâmbio de conteúdo educativo para professores e alunos. Parece óbvio, mas não conheço nenhum que tenha ido além de um repositório, desprovido de interação e comunidade, mas calculo que essa nova iniciativa, baseada em 2.0 e nos fundamentos do Teach Today da Comunidade Européia, tem mais chance de sucesso.
  2. Qualquer cidadão poderá completar sua titulação ou completar o ciclo formativo em formação profissional através da internet.
  3. Passa a compor os planos de ensino, a disciplina "Ciências para o Mundo Contemporâneo", onde, segundo a mesma nota, "os jovens conhecerão como aconteceu a transição da era analógica para a digital, a profundidade da mudança ocorrida com o surgimento da Internet, a revolução tecnológica e social nas comunicações e aprenderão a respeitar a privacidade e a proteção de dados.". Isto merece muita atenção dos dirigentes em educação.
As coisas ficam tão claras e produtivas quando um governo está alinhado. A equipe do governo Zapatero tem demonstrado esse foco na inovação desde a sua constituição.

Aproveitando o assunto educação, o vídeo da palestra do Prof. José Pacheco (Escola da Ponte, Portugal) feita em junho último está disponível aqui.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cinco Princípios para Novos Serviços Públicos. Terceiro: o Governo como Plataforma

A ideia de Tim O'Reilly ao criar o termo e a abordagem de Governo como Plataforma, foi dar uma perspectiva de valor de patrimônio e de uso aos dados governamentais. Inicia explicando que as plataformas seguem uma lógica de alto investimento, onde praticamente só o Estado é capaz de investir, mas permitem à população, ao utilizarem essa plataforma, gerar riquezas. Temos um claro exemplo ao pensar em uma rodovia como esse investimento. O governo a constrói, mas a entrega aos usuários para trafegarem seus produtos, serviços, passageiros, estimular turismo e economias integradoras etc.. Em outras palavras, uma plataforma rodoviária do governo, mesmo em concessão, será usada pela sociedade, mesmo a custo de pedágios. O mesmo serve para plataformas digitais. O governo americano durante a gestão Reagan, em 1983, tornou disponível ao mundo o Sistema de Posicionamento Global - GPS. A partir do uso mundial dessa plataforma podemos calcular quantos outros produtos e serviços foram gerado

Laboratório é problema, mas a governança ajuda a resolver

É preciso considerar que um laboratório de inovação pode atrair pessoas que desprezam as regras, não tanto por rebeldia, mas como um estilo de vida, um espírito independente que busca ocupar um espaço. O lab será visto como um oásis – ou miragem – no deserto de novas ideias das corporações. Em parte isso é justificado pela aura de criatividade que envolve o novo ambiente ao transmitir uma mensagem de liberdade, com suas técnicas de ideação que estimulam a distância dos valores burocráticos e, claramente, a palavra disruptura que carrega um certo rompimento com padrões. Isso cria alguns problemas iniciais para a organização que começa o funcionamento do laboratório, tais como: se outras organizações participarão do laboratório, alguns ajustes serão necessários; a segurança física/predial pode ser fragilizada com a presença de “gente de fora”; a segurança digital terá que se adequar ao ambiente de acesso irrestrito e wifi; os horários de funcionamento podem sofrer mudan

Cases de Design Thinking em Serviços Públicos fora do Brasil

É comum que me perguntem sobre cases de uso do Design Thinking pelos governos brasileiros, sejam municipais, estaduais ou federais. Há um certo "ver para crer" na pergunta, mas há também a necessidade de mostrar aos outros, incluindo chefes e tomadores de decisão, que existe um caminho mais promissor e realizável para tratar os desafios de hoje. Minha experiência aponta mais para aquilo que fazemos no Governo do Estado de São Paulo, desde 2010, quando adotamos o DT como abordagem metodológica para entender a complexidade e resolver problemas com foco no cidadão. Nesse período vimos crescer a utilização em grandes empreendimentos como Poupatempo, Metrô, Secretarias da Fazenda, de Desenvolvimento Social e da Educação. Alguns outros exemplos e cases nacionais no setor público podem ser encontrados na Tellus , que tem atuado bastante em prefeituras e especialmente nas áreas de saúde e educação. Mas neste post quero apenas apontar para alguns links daqueles que trabalham e