Pular para o conteúdo principal

Também a Saúde 2.0

Duas áreas importantes e, em geral, com o maior contingente de funcionários na administração pública, são Educação e Saúde. Reportamos anteriormente o modelo espanhol em educação, com a Escola 2.0, e agora acredito que já podemos identificar sinais de um Hospital 2.0, desta vez no Reino Unido.

Percebi esses sinais quando conheci a portuguesa Ana Neves, radicada em Londres e editora do portal KMOL,  por ocasião do evento KM Brasil.  Em sua palestra sobre ferramentas sociais, um dos exemplos que ela destacou, foi colhido da experiência na Inglaterra e refere-se ao Patient Opinion.

Trata-se de um site-comunidade de serviços públicos, que incentiva a colaboração e inovação nos serviços de saúde britânico, a partir da participação e opinião dos pacientes e usuários desse sistema.

As primeiras mensagens na home do Patient Opinion já anunciam o propósito do serviço online: "Sua história pode mudar o Sistema Nacional de Saúde. Diga a todos o que aconteceu. Veja o que outras pessoas estão dizendo. Como essas opiniões estão mudando o sistema de saúde.". Daí é que questões como atendimento, enfermaria, consultas e tantas outras são contadas pelos cidadãos e aproveitadas pelos dirigentes públicos para a melhoria do sistema.

Uma ação sem intermediários, sem ombudsman ou ouvidorias, compartilhada por todos e resolvidas por quem de direito. Algo prático, transparente e democrático. Veja, por exemplo, que desde o uso do mecanismo de busca  até a leitura da opinião de outros usuários da rede hospitalar, o cidadão é incentivado a opinar, a comentar as propostas e a conhecer o ranking de avaliação dos serviços, que inclui o padrão de cuidados médicos, limpeza, estacionamento, tratamento com respeito e dignidade.

Pois é, está comprovado que compartilhar histórias pode melhorar a prestação de serviços públicos e o uso da estratégia web 2.0 facilita a implantação.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cinco Princípios para Novos Serviços Públicos. Terceiro: o Governo como Plataforma

A ideia de Tim O'Reilly ao criar o termo e a abordagem de Governo como Plataforma, foi dar uma perspectiva de valor de patrimônio e de uso aos dados governamentais. Inicia explicando que as plataformas seguem uma lógica de alto investimento, onde praticamente só o Estado é capaz de investir, mas permitem à população, ao utilizarem essa plataforma, gerar riquezas. Temos um claro exemplo ao pensar em uma rodovia como esse investimento. O governo a constrói, mas a entrega aos usuários para trafegarem seus produtos, serviços, passageiros, estimular turismo e economias integradoras etc.. Em outras palavras, uma plataforma rodoviária do governo, mesmo em concessão, será usada pela sociedade, mesmo a custo de pedágios. O mesmo serve para plataformas digitais. O governo americano durante a gestão Reagan, em 1983, tornou disponível ao mundo o Sistema de Posicionamento Global - GPS. A partir do uso mundial dessa plataforma podemos calcular quantos outros produtos e serviços foram gerado

10 Dicas para Prefeitos Inovadores

Em poucos dias, prefeitas e prefeitos eleitos em outubro passado estarão assumindo seus mandatos. A princípio, sejam eles i niciantes ou reconduzidos, o cenário que os aguarda está mais para drama do que para comédia. Isto por que, na maioria dos  5563 municípios  brasileiros, i ndependente de porte ou localização , há um imenso  descompasso entre as legítimas demandas da sociedade e a capacidade do poder público em atendê-las.  Dificuldades de gerenciamento, aliadas a um processo civilizatório excludente, resultaram  em  uma triste realidade na qual poucos municípios brasileiros possuem, em pleno  século XXI,  índices de desenvolvimento humano - IDH considerados satisfatórios pela Organização das Nações Unidas - ONU. Bem, a choradeira para por ai.  O que gostaríamos de falar, daqui para a frente,  para prefeitas e prefeitos bem intencionados e que queiram, de fato, mudar o filme, é que as  grandes alterações  que estão ocorrendo no mundo, estão abrindo  novas oportunida

Laboratório é problema, mas a governança ajuda a resolver

É preciso considerar que um laboratório de inovação pode atrair pessoas que desprezam as regras, não tanto por rebeldia, mas como um estilo de vida, um espírito independente que busca ocupar um espaço. O lab será visto como um oásis – ou miragem – no deserto de novas ideias das corporações. Em parte isso é justificado pela aura de criatividade que envolve o novo ambiente ao transmitir uma mensagem de liberdade, com suas técnicas de ideação que estimulam a distância dos valores burocráticos e, claramente, a palavra disruptura que carrega um certo rompimento com padrões. Isso cria alguns problemas iniciais para a organização que começa o funcionamento do laboratório, tais como: se outras organizações participarão do laboratório, alguns ajustes serão necessários; a segurança física/predial pode ser fragilizada com a presença de “gente de fora”; a segurança digital terá que se adequar ao ambiente de acesso irrestrito e wifi; os horários de funcionamento podem sofrer mudan