Pular para o conteúdo principal

Alcance do e-gov na web cai para 27,4%

O IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou nesta semana o suplemento da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio - PNAD 2005, que investigou o acesso à Internet e a posse de telefone móvel celular para uso pessoal no Brasil.

Além dos grandes números que a imprensa já se encarregou de mostrar, evidenciando as desigualdades, o acesso à Internet preponderante pelos mais ricos e/ou por aqueles que possuem mais tempo de instrução, outras revelações são importantes para a estratégia de governos inovadores.

Ressalto primeiramente que das 32,1 milhões de pessoas que acessaram a web em 2005, segundo o estudo, cerca de 8,8 milhões realizaram interação com autoridades públicas ou órgãos do governo. Em outras palavras, perto de 28% dos internautas brasileiros acessaram o governo nesse período, o que representa uma queda em relação aos anos anteriores, nos quais o alcance do e-gov chegou a atingir 39% da população conectada.

Será que os serviços eletrônicos não estão satisfazendo o cidadão ?

Um outro ponto que o suplemento apresenta é relacionado a posse de telefone celular para uso pessoal. Apesar da pesquisa não contemplar a finalidade de uso (talvez a lógica seja a de que o celular é só para comunicação de pessoas por voz), há um item que surpreende: ao relacionar a posse de telefones móveis por categoria profissional, os trabalhadores agrícolas representam 20,4% do total de pessoas que possuem celular para uso pessoal, ficando atrás somente dos trabalhadores da produção de bens e serviços e de reparos e manutenção, que atingiram 23% da amostra.

Esses e outros aspectos presentes no estudo devem ser agregados ao planejamento de i-gov, quer para a reinterpretação dos serviços eletrônicos na web, quer para o desenvolvimento desses serviços em mobilidade.

Acesse aqui o estudo do IBGE que, além da importância de seu conteúdo, dá um belo exemplo de entrega da informação, com arquivos zipados ou pdf ou animação de tabelas, enfim divulgação multiformatos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cinco Princípios para Novos Serviços Públicos. Terceiro: o Governo como Plataforma

A ideia de Tim O'Reilly ao criar o termo e a abordagem de Governo como Plataforma, foi dar uma perspectiva de valor de patrimônio e de uso aos dados governamentais. Inicia explicando que as plataformas seguem uma lógica de alto investimento, onde praticamente só o Estado é capaz de investir, mas permitem à população, ao utilizarem essa plataforma, gerar riquezas. Temos um claro exemplo ao pensar em uma rodovia como esse investimento. O governo a constrói, mas a entrega aos usuários para trafegarem seus produtos, serviços, passageiros, estimular turismo e economias integradoras etc.. Em outras palavras, uma plataforma rodoviária do governo, mesmo em concessão, será usada pela sociedade, mesmo a custo de pedágios. O mesmo serve para plataformas digitais. O governo americano durante a gestão Reagan, em 1983, tornou disponível ao mundo o Sistema de Posicionamento Global - GPS. A partir do uso mundial dessa plataforma podemos calcular quantos outros produtos e serviços foram gerado

Laboratório é problema, mas a governança ajuda a resolver

É preciso considerar que um laboratório de inovação pode atrair pessoas que desprezam as regras, não tanto por rebeldia, mas como um estilo de vida, um espírito independente que busca ocupar um espaço. O lab será visto como um oásis – ou miragem – no deserto de novas ideias das corporações. Em parte isso é justificado pela aura de criatividade que envolve o novo ambiente ao transmitir uma mensagem de liberdade, com suas técnicas de ideação que estimulam a distância dos valores burocráticos e, claramente, a palavra disruptura que carrega um certo rompimento com padrões. Isso cria alguns problemas iniciais para a organização que começa o funcionamento do laboratório, tais como: se outras organizações participarão do laboratório, alguns ajustes serão necessários; a segurança física/predial pode ser fragilizada com a presença de “gente de fora”; a segurança digital terá que se adequar ao ambiente de acesso irrestrito e wifi; os horários de funcionamento podem sofrer mudan

Objetivos e valores do Laboratório de Inovação

Um laboratório de inovação em governo pode atuar desde a criação de novas políticas públicas até a prototipagem de serviços prestados ao cidadão. A diferença não se trata apenas de níveis da gestão (estratégica e operacional), mas também define o porquê deve existir o lab, sua estrutura, seus objetivos e quais valores irá agregar ao governo. Objetivar amplitude e formas de atuação nos ajuda a relacionar quesitos, estabelecer limites e buscar as parcerias certas. Antes de apresentar uma nova relação sobre os aspectos de construção do laboratório, como os aspectos projetuais colocados em post anterior , apresento uma lista que pode ajudar a definir com um pouco mais de formalidade e precisão, após respondido o checklist projetual , para que está sendo criado o laboratório e no que pode contribuir para um governo inovador. A ideia é de que usemos essa relação para selecionar aqueles itens que se aproximam com os objetivos do lab que pretendemos construir ou significar, mantendo em