Em português, Sobre o melhor Estado de uma República e sobre a nova ilha Utopia, ou simplesmente Utopia, é uma obra escrita há cinco séculos por Thomas Morus ou Thomas More, na qual imagina uma ilha onde vive uma sociedade organizada e justa. Nessa comunidade é estabelecida a propriedade comum dos bens, a isenção de guerras, onde impera a paz e a harmonia de interesses, com a distribuição equitativa dos recursos produzidos na ilha.
Foi um dos principais livros em minha juventude, durante a ditadura militar, uma espécie de rebeldia intelectual, visto que se aplicava muito bem ao comunismo ou, para outros, à anarquia. Na biografia de Thomas Morus, uma carreira bem trilhada, honrada e competente no serviço público da Inglaterra, com final trágico de martírio sob o jugo de Henrique VIII.
Poucos sabem, entretanto, que Thomas More foi, em outubro de 2000, declarado santo pelo Vaticano, sob o nome de São Tomás Moro, em carta apostólica de João Paulo II. E como santo, São Tomás Moro é o Patrono dos Governantes e dos Políticos, sendo comemorado seu dia em 22 de junho.
Como hoje estamos neste dia*, ao abrir os jornais e noticiários pela manhã e constatar o contínuo agravamento da desigualdade, os escândalos políticos sem punição, a decadência da justiça e tanta improbidade, resolvo evocar o santo e sua obra, mas apenas como lembrança, sem esperanças, nem milagres.
Por fim, como dia 28 de outubro é dia do Funcionário Público e dia de São Judas Tadeu, santo patrono das causas desesperadas e das causas perdidas, talvez com esse reforço o divino nos conceda a utópica justiça.
*publicado originariamente em 22/06/2009, em http://igovsp.blogspot.com/
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