Aqui no Reino Unido a palavra da moda em políticas públicas no momento é Localismo. Ou, a “Grande Sociedade”, como prefere a aliança Conservadores-Democratas Liberais. Segundo o Primeiro-Ministro David Cameron, construir a Grande Sociedade é sua “paixão”, que se consumaria com a “redistribuição do poder”, isto é, a multiplicação de iniciativas comunitárias voltadas para a provisão de serviços públicos.
É interessante enxergar a Grande Sociedade como uma maneira de completar a agenda Conservadora de redução do setor público. Da última vez que os Conservadores estiveram no governo, com Margaret Thatcher (1979-1990) e John Major (1990-1997), o foco foi na transferência em massa de serviços do setor público para o setor privado, através das privatizações de serviços de habitação, gás, aço, saneamento e ferrovias, entre outras. Desta vez o enfoque é transferir responsabilidades do setor público para o terceiro setor, principalmente aquelas ligadas a políticas sociais, mas potencialmente incluindo qualquer coisa, desde bibliotecas e escolas, até transporte público.
Não por acaso, a proposta desta Grande Sociedade vem acompanhando o maior corte no orçamento desde o pós-guerra. A premissa é portanto que o terceiro setor irá preencher o vácuo deixado nos serviços públicos pelo drástico corte orçamentário.
Mas a Aliança parece ter subestimado um detalhe: O terceiro setor na verdade depende fortemente do apoio do Governo, na forma não só de recursos financeiros, mas também de cessão de espaço físico e de coordenação de redes institucionais. Para os críticos a severa diminuição no orçamento público inviabiliza a execução da Grande Sociedade.
Curiosamente, o Brasil é mencionado mais de uma vez como inspiração para os proponentes dessa agenda. Paulo Freire, com sua “Pedagogia da Libertação”, é considerado pela aliança como modelo para organização comunitária, numa interpretação considerada controversa por alguns. E Nick Hurd, o Ministro para Sociedade Civil e um dos principais promotores da Grande Sociedade, já morou cinco anos em São Paulo, e se declara fascinado por uma ONG que conheceu enquanto morava no Brasil que “redistribui computadores para moradores da favela” (suponho que ele se refira ao CDI).
Entretanto, já existe no Reino Unido um Terceiro Setor vibrante, e bastante poderoso, fortemente baseado na tradição britânica da filantropia. Mas então, o que exatamente busca Cameron com a Grande Sociedade?
Mas a Aliança parece ter subestimado um detalhe: O terceiro setor na verdade depende fortemente do apoio do Governo, na forma não só de recursos financeiros, mas também de cessão de espaço físico e de coordenação de redes institucionais. Para os críticos a severa diminuição no orçamento público inviabiliza a execução da Grande Sociedade.
Curiosamente, o Brasil é mencionado mais de uma vez como inspiração para os proponentes dessa agenda. Paulo Freire, com sua “Pedagogia da Libertação”, é considerado pela aliança como modelo para organização comunitária, numa interpretação considerada controversa por alguns. E Nick Hurd, o Ministro para Sociedade Civil e um dos principais promotores da Grande Sociedade, já morou cinco anos em São Paulo, e se declara fascinado por uma ONG que conheceu enquanto morava no Brasil que “redistribui computadores para moradores da favela” (suponho que ele se refira ao CDI).
Entretanto, já existe no Reino Unido um Terceiro Setor vibrante, e bastante poderoso, fortemente baseado na tradição britânica da filantropia. Mas então, o que exatamente busca Cameron com a Grande Sociedade?
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