Pular para o conteúdo principal

Plantando Um Sonho

Muitos de vocês já devem ter acessado o site da TED - Technology, Entertainment and Design, um dos mais instigantes ambientes disponíveis na web dedicado aos que trabalham ou se interessam pelas áreas de gestão do conhecimento, inovação, criatividade e temas afins.

De forma bem resumida, para os que ainda não a conhecem, TED é uma organização sem fins lucrativos, nascida em 1984, que tem como meta fomentar a circulação, em escala global, de grandes idéias, por meio da criação de uma comunidade de pensadores, professores e visionários de todo o mundo. Em 2001, a TED foi adquirida pela Sapling Foundation, de propriedade do pesquisador e escritor Chris Anderson.

A TED realiza, a cada ano, duas grandes conferências, TED Conferences; fornece um prêmio anual de 100 mil dólares para estimular a criação e a divulgação de idéias inovadoras e inspiradoras, TED Prize; e, mantém o já mencionado ambiente virtual, pelo qual se pode acessar, entre outros elementos, toda a base de gravações das palestras até aqui realizadas.

A partir de 2009, a fundação criou um novo conjunto de ações, denominado TEDx, com a proposta de incentivar comunidades, organizações e indivíduos espalhados pelo mundo a divulgarem experiências em âmbito local. Estes eventos são planejados e coordenados de forma independente, seguindo, no entanto, o formato estabelecido pela Fundação.

É exatamente sobre um destes eventos, o TEDx Vila Madá, que eu gostaria de falar mais detalhadamente, a partir de agora.

O TEDx Vila Madá, inaugurado em dezembro de 2009, é um evento operado pela Educartis, empresa especializada em projetos de inteligência coletiva. Desde sua abertura, o TEDx Vila Madá já promoveu 7 conjuntos de palestras, todos realizados no Teatro da Vila, localizado na Rua Jericó.

A mais recente dessas ações, realizada no dia 24 de junho passado, focou o tema “Nosso Governo – Soluções Inovadoras para o País". O programa, que foi apresentado por Maurício Curi, curador do evento e CEO da Educartis, contou com os seguintes palestrantes: Roberto Agune, Especialista em Programas de Inovação no Setor Público, Rodrigo Bandeira - Idealizador do portal Cidade Democrática, Marina Amaral - Diretora Executiva do Instituto Tellus, Raimundo Nonato - Diretor Nacional de Tecnologia para o Setor Público da Microsoft e Gilberto Dimenstein - Jornalista e Presidente da Associação Cidade Escola Aprendiz.

Em sua palestra, denominada “O Governo de Amanhã Começa Hoje”, Roberto destacou que a implantação de ações inovadoras, normalmente trazem, dentro dela, três componentes predominantes: risco, oportunidade e necessidade, cuja importância relativa irá variando ao longo tempo.

A princípio entendidos como ações de alto risco, os programas de inovação em governo foram, aos poucos, sendo encarados como uma grande oportunidade para melhorar o setor público, de uma forma geral. Para Roberto, no entanto, a complexidade dos problemas atuais e as profundas mudanças sociais centradas em uma cidadania cada vez mais participativa indicam que mais do que oportunidade, os programas de inovação em governo são, agora, uma necessidade, isto se quisermos construir um setor público de alta qualificação, insumo indispensável para a manutenção de democracias fortes.

Roberto encerrou sua participação falando do governo que ele sonha ver implantado, o mais breve possível. Os slides e o texto da apresentação de Roberto Agune estão disponíveis para download. O vídeo você assiste a seguir:



Finalmente, gostaria de destacar a participação dos músicos Heldy Cardoso e Paulo Voltolino, que, entre outras peças, nos brindaram com uma emocionante apresentação do hino nacional brasileiro, e das "palhacinhas" Consuelo (Marina Campos) e Solenta (Mônica Malheiros) que, com muito talento e simpatia, alinhavaram as diversas apresentações. O teatro abrigou também uma exposição do artista plástico Sérgio Fabris.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cinco Princípios para Novos Serviços Públicos. Terceiro: o Governo como Plataforma

A ideia de Tim O'Reilly ao criar o termo e a abordagem de Governo como Plataforma, foi dar uma perspectiva de valor de patrimônio e de uso aos dados governamentais. Inicia explicando que as plataformas seguem uma lógica de alto investimento, onde praticamente só o Estado é capaz de investir, mas permitem à população, ao utilizarem essa plataforma, gerar riquezas. Temos um claro exemplo ao pensar em uma rodovia como esse investimento. O governo a constrói, mas a entrega aos usuários para trafegarem seus produtos, serviços, passageiros, estimular turismo e economias integradoras etc.. Em outras palavras, uma plataforma rodoviária do governo, mesmo em concessão, será usada pela sociedade, mesmo a custo de pedágios. O mesmo serve para plataformas digitais. O governo americano durante a gestão Reagan, em 1983, tornou disponível ao mundo o Sistema de Posicionamento Global - GPS. A partir do uso mundial dessa plataforma podemos calcular quantos outros produtos e serviços foram gerado

Laboratório é problema, mas a governança ajuda a resolver

É preciso considerar que um laboratório de inovação pode atrair pessoas que desprezam as regras, não tanto por rebeldia, mas como um estilo de vida, um espírito independente que busca ocupar um espaço. O lab será visto como um oásis – ou miragem – no deserto de novas ideias das corporações. Em parte isso é justificado pela aura de criatividade que envolve o novo ambiente ao transmitir uma mensagem de liberdade, com suas técnicas de ideação que estimulam a distância dos valores burocráticos e, claramente, a palavra disruptura que carrega um certo rompimento com padrões. Isso cria alguns problemas iniciais para a organização que começa o funcionamento do laboratório, tais como: se outras organizações participarão do laboratório, alguns ajustes serão necessários; a segurança física/predial pode ser fragilizada com a presença de “gente de fora”; a segurança digital terá que se adequar ao ambiente de acesso irrestrito e wifi; os horários de funcionamento podem sofrer mudan

Objetivos e valores do Laboratório de Inovação

Um laboratório de inovação em governo pode atuar desde a criação de novas políticas públicas até a prototipagem de serviços prestados ao cidadão. A diferença não se trata apenas de níveis da gestão (estratégica e operacional), mas também define o porquê deve existir o lab, sua estrutura, seus objetivos e quais valores irá agregar ao governo. Objetivar amplitude e formas de atuação nos ajuda a relacionar quesitos, estabelecer limites e buscar as parcerias certas. Antes de apresentar uma nova relação sobre os aspectos de construção do laboratório, como os aspectos projetuais colocados em post anterior , apresento uma lista que pode ajudar a definir com um pouco mais de formalidade e precisão, após respondido o checklist projetual , para que está sendo criado o laboratório e no que pode contribuir para um governo inovador. A ideia é de que usemos essa relação para selecionar aqueles itens que se aproximam com os objetivos do lab que pretendemos construir ou significar, mantendo em