Uma das idéias que defendo e está lá postada em nosso fórum de idéias para a gestão pública inovadora, o inovagoverno, é a de reutilização das máquinas de video-poker apreendidas pela polícia, transformando-as em equipamentos de inclusão digital.
No início este projeto partiu duma fundamentação tecnológica, mas as diferentes opções que surgiram devido ao processo de conversão das máquinas de jogo acabaram por também dar origem a uma experiência algo inovadora e única ao permitir às crianças em idade escolar e aos jovens com necessidades educativas especiais, terem acesso a aplicações pedagógicas informatizadas.
Entretanto eu desconhecia alguns números e possibilidades que essa prática, se adotada no Brasil, pode significar. Todos os anos são apreendidas no Brasil, pelas autoridades federais, milhares de máquinas ilegais de jogo; regra geral são destruídas, enquanto o processo penal transita em julgado.
No site do elearningeuropa descobri o artigo From cheating to teaching:a path for conversion of illegal gambling machines, de Juarez Bento da Silva, da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Gustavo Ribeiro Alves, do Instituto Politécnico do Porto e de João Bosco da Mota Alves, da Universidade Federal de Santa Catarina, no qual os autores descrevem um projeto desenvolvido no Brasil, na UNISUL, responsável pelo processo de conversão de máquinas de jogo e pelas oportunidades de inclusão social que dele decorrem.
Todos os participantes no projeto foram voluntários, procurando promover a inclusão social de jovens brasileiros, em especial através da inclusão digital. Até abril, data do artigo, o projeto conseguiu converter 200 máquinas de jogo e instalá-las em mais de 40 escolas do ensino básico, beneficiando assim diretamente mais de doze mil crianças em idade escolar.
A disponibilidade destas máquinas convertidas ajuda igualmente a colocar constantemente as TIC no ambiente educativo diário destas crianças e jovens, servindo assim aos objetivos de inclusão social e cultural, ao ser estabelecido um diálogo com a comunidade e as suas expectativas tecnológicas e também ao contribuir diretamente para a sua alfabetização digital. Imagino que bastaria uma portaria ou resolução federal qualquer para que esse caminho fosse o padrão.
A imagem que encabeça este post é extraída do artigo e a seguir você assiste a uma reportagem do Jornal Nacional, feita sobre este tema.
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