Ainda fascina, principalmente aqueles que estão em governo e tecnologia, a estratégia de Barack Obama na corrida presidencial americana, encerrada há cinco meses. Todos concordam que, em termos comunicacionais, as eleições de 2008 nos EUA troxeram mais do que um novo presidente, um novo meio, uma nova mídia, que não apenas serviu ao marketing político, mas essencialmente conectou o cidadão com a política.
De tudo que acompanhei, li e escrevi, fico com a sensação de que ainda enxergamos pouco, os bastidores dessa campanha são revelados ainda em tons de odisséia, com rasa abordagem estratégica e baixa visão do conjunto.
Agora, a empresa norte-americana de relações públicas Edelman, sediada em Chicago e dedicada a esta àrea desde os anos 50, publicou o The Social Pulpit: Barack Obama’s Social Media Toolkit, um relatório que conta a história da campanha de forma organizada, mostrando conceitos, definições, os estratagemas digitais e as táticas nas quais se apoiaram a equipe Obama.
Ao ler, penso por momentos que estou diante daqueles kits de mágica em que se revelam, com utensílios web 2.0, os truques e como fazê-los. Veja, por exemplo, o modelo de crossmedia elaborado pela Edelman explicando o modelo de engajamento público:
Mais adiante, o relatório também define um modelo de utilização das ferramentas sociais na campanha, apontando os porquês de cada ferramenta, assim como a integração e relacionamento entre todos os espaços utilizados, graficamente resumido a seguir sobre o modelo de hub do site MyBO:
Diferente do kit de mágica, em que bastam equipamentos e performance para produzir o efeito, percebo que o belíssimo trabalho da Edelman, ao descrever o novo palanque social, esteja mais próximo daqueles kits de química, em que a combinação equilibrada de elementos, com domínio prévio de seus compostos, é que podem determinar o sucesso ou fracasso da experiência.
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