Pular para o conteúdo principal

Políticos farão upgrade ?


O caderno Link (do Estadão e Jornal da Tarde) desta semana traz em reportagem de capa o tema Tecnologia também é Política, apresentando as propostas de e-gov dos candidatos a prefeito da cidade de São Paulo. É muito interessante ver os diferentes vieses que cada candidato dá ao assunto, que vão desde visões mínimas de desburocratização pela informatização até a efetividade de novos e integrados serviços públicos online.

Em comum, dois pontos: todos pretendem conectar a cidade em banda larga, em contrapartida, nenhum propõe uma política de tecnologia de informação e inovação em governo. Quer dizer, entenderam que deve ser usado, mas ainda não sabem como nem porque. 

Querem uma dica ? É só acessar o Tech President, um excelente blog que concentra-se em apresentar "Como os candidatos estão usando a web e como são usados por ela", de acordo com o slogan do site.  

Nos EUA, tecnologia e política estão estreitando laços, basta assistir ao vídeo a seguir, extraído da propaganda de TV do candidato Barack Obama, que aponta para a incompetência de seu adversário McCain em entender o mundo contemporâneo, baseado em sua falta de habilidade e convívio com computadores:


Em transcrição do Gizmodo, o comercial diz: “1982. John McCain vai a Washington. As coisas mudaram nos últimos 26 anos. Mas McCain não. Ele admite que ainda não sabe como usar um computador. Não consegue mandar um e-mail. Ainda não entende a economia. E apóia US$ 200 bilhões em cortes de impostos para corporações, mas quase nada para a classe média. Depois de um presidente desatualizado, nós simplesmente não podemos suportar mais do mesmo.”

Pelo vulto que tomaram nestas eleições os temas internet, serviços eletrônicos e estratégia em tecnologia de informação, finalmente o assunto passou ao primeiro grupo de propostas (e promessas) de gestão pública eficiente e de qualidade. Ter um projeto de conexão à rede, de criação de novos serviços públicos digitais e socialização de ferramentas de comunicação, está ficando tão importante (ou vinculado) aos de solução de infraestrutura urbana. 

Em curtas palavras, levar conexão à internet passa a ser tão fundamental quanto levar eletricidade.

Veja o que já falamos sobre o assunto aqui.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cinco Princípios para Novos Serviços Públicos. Terceiro: o Governo como Plataforma

A ideia de Tim O'Reilly ao criar o termo e a abordagem de Governo como Plataforma, foi dar uma perspectiva de valor de patrimônio e de uso aos dados governamentais. Inicia explicando que as plataformas seguem uma lógica de alto investimento, onde praticamente só o Estado é capaz de investir, mas permitem à população, ao utilizarem essa plataforma, gerar riquezas. Temos um claro exemplo ao pensar em uma rodovia como esse investimento. O governo a constrói, mas a entrega aos usuários para trafegarem seus produtos, serviços, passageiros, estimular turismo e economias integradoras etc.. Em outras palavras, uma plataforma rodoviária do governo, mesmo em concessão, será usada pela sociedade, mesmo a custo de pedágios. O mesmo serve para plataformas digitais. O governo americano durante a gestão Reagan, em 1983, tornou disponível ao mundo o Sistema de Posicionamento Global - GPS. A partir do uso mundial dessa plataforma podemos calcular quantos outros produtos e serviços foram gerado...

Mashup e Governo I

Uma grande tendência que deve contagiar as ações de inovação em e-Gov está na utilização de mashup , que é uma mesclagem de aplicações públicas para um serviço específico. O primeiro mashup que vi com autoria de governo foi o da Cidade de Nova York , que criou no final do ano passado uma aplicação online em comemoração aos 40 anos de filmes rodados em NYC. Trata-se de um mapa interativo que cruza informações cinematográficas com as ruas de Nova York que vale a pena ser visto. Mais recente é o Congressional Travel Maps , que é utilizado como uma ferramenta de transparência política nos EUA. Ele mostra em um mapa onde está e para onde viajou cada congressista norte-americano, acusando o custo da viagem e um ranking com os políticos que mais viajam . Tudo isso é possível graças à mesclagem [mashup] do Google Maps com o banco de dados do Open Secrets , um site de monitoramento das contas da política norte-americana. Podemos pensar em alguma aplicação desse nível no Brasil ? Com c...

Laboratório é problema, mas a governança ajuda a resolver

É preciso considerar que um laboratório de inovação pode atrair pessoas que desprezam as regras, não tanto por rebeldia, mas como um estilo de vida, um espírito independente que busca ocupar um espaço. O lab será visto como um oásis – ou miragem – no deserto de novas ideias das corporações. Em parte isso é justificado pela aura de criatividade que envolve o novo ambiente ao transmitir uma mensagem de liberdade, com suas técnicas de ideação que estimulam a distância dos valores burocráticos e, claramente, a palavra disruptura que carrega um certo rompimento com padrões. Isso cria alguns problemas iniciais para a organização que começa o funcionamento do laboratório, tais como: se outras organizações participarão do laboratório, alguns ajustes serão necessários; a segurança física/predial pode ser fragilizada com a presença de “gente de fora”; a segurança digital terá que se adequar ao ambiente de acesso irrestrito e wifi; os horários de funcionamento podem sofrer mudan...